sexta-feira, 1 de março de 2013
Não se pode falar mais nada !
Recentemente assistir o documentário O riso dos outros e tenho lido sobre preconceitos e o politicamente incorreto. Atualmente, é no humor ( e nas piadas de stand-up) que a batalha entre o que pode e o que não pode falar, tem acontecido com mais frequência. O humor deve ter limites ? Devemos ser quem somos ? Hoje, grupos minoritários são acusados de exagerar em sua luta pelo fim do preconceito. Mas será que essas lutas realmente se tornaram desnecessárias ? Será que o "politicamente correto" é censura ?
Não se pode confundir o politicamente incorreto com preconceito e nem o "politicamente correto" com grosseria, racismo ou vontade de chamar atenção. É preciso reconhecer que há poder nas nossas palavras. Não se trata só de nos policiar para evitar processos. É preciso ter sabedoria para pensar antes de falar e ver se, afinal, não estamos ajudando a reforçar preconceitos.
O "politicamente correto" surgiu como uma reação contras as discriminações sofridas por minorias, durante o movimento pelos direitos civis nos anos 1950, nos Estados Unidos. Na época, a luta era contra a segregação racial que as leis impunham, que chegavam a separar, fisicamente, negros e brancos. Depois de conquistado o direito à igualdade, começaram a combater a discriminação social em expressões e piadas. Uma das bases para reinvindicar essa mudança de atitude é o argumento de que o uso da língua não é neutro, e algumas palavras expressam opiniões e têm conteúdo político. Assim, a linguagem também é um instrumento de discriminação e segregação e, por isso, não se devem usar expressões que reforcem preconceitos contra deficientes físicos, profissões, movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), entre outros.
O "politicamente correto" se tornou uma patrulha ideológica de comportamento e uma perseguição à pensamentos diferentes. O problema que vejo nisso, é a postura em relação à liberdade de expressão. Ninguém deve impor seu ideal de felicidade.
Mas devemos revisar comportamentos e palavras que antes passavam batidos porque não havia quem nos questionasse. Com essa mudança de perspectiva, eu tomo mais cuidado para não perpetuar preconceitos e discriminações.
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