sábado, 30 de março de 2013

Para onde você vai depois que morrer ?


A quantidade de influências que recebemos ao longo da vida, com pessoas procurando nos moldar, e acreditar como elas pensam e acreditam é imensa. Qual o pai que não quer o bem para o filho, e nesse empenho, procura influenciar a escolha do filho ? O pai pode, e deve, orientar, alertar e ensinar o filho, mas o pai não pode viver por meio do filho. Dar raízes e asas é o grande desafio. Todos nós queremos conduzir a vida com base nas nossas verdades, e não baseado na vida dos outros.
Há inúmeros relatos de evangélicos que voltaram da morte. Essas experiências de jornadas fantásticas no céu e inferno fascina muita gente. Mas eu não acredito em nada disso ! E tenho um palpite porque muita gente acredita: é da natureza humana buscar respostas.

A morte é inevitável para todos nós. Todos iremos morrer um dia. É como um túnel de acesso a algo que foge ao meu entendimento. Não sei o que acontecerá realmente e com precisão do outro lado. Mas voltando a pergunta "Para onde você vai depois que morrer ? ", o que eu acredito é que, ou você vai para uma eternidade com Deus ou uma eternidade longe de Deus.

A ideia de céu e inferno é tida por muitos como fábula ou argumento para a exploração da fé, e gerando culpa nos mais simples. Muitos evangélicos acreditam que todos, independente de sua atitude e conduta nesta vida, irão para o céu, já que um Deus de amor não colocaria ninguém no inferno. Essa corrente de pensamento se chama universalismo.

Eu não acho que afirmar que o inferno existe é um discurso meio fora de moda. Mas o que sei, é que não é um assunto a ser defendido com alegria. Não consigo compreender de forma plena o equilíbrio entre justiça e amor. Mas também não quero estar desconectado da realidade do sofrimento que todos nós passamos e passaremos nesta vida. Então minha pergunta é para você agora. Nesse momento. E não quando você morrer!

O que você está fazendo da sua vida ? Ok, sei que você esta fazendo do seu jeito! Mas preste atenção, porque, no fim da vida, seremos responsáveis pelos caminhos que escolhemos.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Quero paciência !


Quero e preciso ser mais paciente comigo mesmo e com meu semelhante. Mas como ter paciência ? Muitos morrem sem aprender e muito outros continuam tentando descubrir. Como eu ainda não morri, só resta me incluir na segunda categoria.

Ser paciente é entender e aceitar a si mesmo e aos outros. A definição é poética, mas me pergunto: como ser assim ? Quero ter este comportamento, mas pra mim é difícil ser paciente com as fofocas no trabalho. E haja paciência no meu trabalho ! Preciso encontrar um caminho para a minha paz interior, pois sei que se eu estiver em paz comigo mesmo, não vou querer guerrear. É uma virtude necessária para uma vida com equilíbrio.

Há quem não se abale por pouca coisa, mas a minha reação é automática, na base do toma lá, dá ca. Se me incomoda a minha resposta imediata é a defesa e airritação. Mas sei que consigo ser mais paciente. Claro que dá...Desde que fique bem entendido que ser paciente é questão de opção e treino. Opção porque tenho que decidir não abrir espaço para o que desperta a minha impaciência. Treino porque requer de mim saber lidar com o inesperado e adversidades sem precisar engolir sapo.

Claro que se, a pressão fosse menor, a vida seria mais fácil. Mas nem tudo é azul. A vida é difícil para todo mundo. Portanto, tendo isto em mente, requer um esforço para se por na situação de quem nos ofende para compreender o que se passa. Quem sabe a resposta surpreenda: talvez não seja ela o problema.

Impaciência é uma forma de autoviolência. É uma agressão contra o meu emocional, pois tira a minha tranquilidade, e me deixa chateado com aquela pessoa ou situação. Por isso, preciso ter mais clareza da minha verdade, para não me abalar tão facilmente, e não precisar ter uma reação vapt-vupt.

Por favor, não confunda ser paciente com aquele tipo de pessoa que é apático, sem emoção. Procuro ter um misto de firmeza e educação do que eu falo para não fazer papel de bobo. Tenho uma atitude positiva diante dos meus valores e das minhas crenças. Não concordo com tudo pois não sou covarde. Mas não sou estúpido para "soltar os cachorros " por qualquer coisa fútil e escolho ficar em silêncio.

Há situações sobre as quais não temos contra ir contra, e a saída não é concordar, mas se calar para não sofrer. E esperar as oportunidades que vão aparecer a médio e longo prazo, para mudar o que incomoda. Se não posso transformar o jeito de um colega de trabalho, ou não consigo conviver com uma situação chata, preciso achar alternativas, para uma convivência, no mínimo tolerante.

Estou levando muito tropeço e me machucando nesse processo de aprender. Sim, porque a paciência é um processo, um caminho, uma estrada. É ou não é ? Envolve uma tomada de posição individual e, como não poderia deixar de ser, um harmonia com o próximo. É um desafio para mim. Não é fácil desenvolver a paciência. Mas ninguém disse que seria !

terça-feira, 19 de março de 2013

As decepções machucam

Mesmo as decepções cotidianas, apesar de serem menos graves, também doem. Sempre que leio ou vejo algo triste, me pergunto: "E se isso acontecesse comigo, o que eu faria ?". E isso me ajuda a ser menos intolerante e injusto com os outros. Mas nem sempre consigo entender as atitudes das pessoas antes de condená-las e rotulá-las. E acredito que o mesmíssimo aconteça com você. É difícil se colocar na situação do outro e enxergar as coisas sob a ótica dela. Dureza, viu ? Mas eu tento.


Quer se poupar de um bocado de sofrimento ? Entenda que as pessoas nem sempre retribuem nossa dedicação e afeto de forma justa ou do jeito que faríamos. Para isso, é preciso saber reconhecer que elas agem assim por uma limitação do seu emocional. Mas você tem livre-arbítrio para não aceitar a situação.

Você pode até querer amar quem lhe fez mal, mas não precisa ser amigo dele. Há convivências e relacionamentos que são doentios e prejudiciais.                                                                                                                                                                                                Vale sinalizar a pisada de bola para quem te decepcionou ? Depende da situação da pessoa envolvida e do seu histórico de convivência com ela.

Mas que fique claro: abrir o jogo não garante que a frustração nunca mais aconteça.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Uma avaliação do meu exagero com a Igreja



Fui batizado em 14 de Janeiro 2003, uma terça-feira de frio, faltando 5 dias para os meus 27 anos de idade. Eu era membro de uma Igreja exclusivista, de pouco mais de 400 membros, e estava disponível o tempo todo para qualquer serviço na Igreja, e também disposto a fazer tudo pelos irmãos.

Em pouco meses de convertido, eu já ministrava os serviços de Ofertas e Ceia. Cheguei a trabalhar na editora da Igreja. Fui convidado para ajudar em mais duas outras congregações. Pregava e ensinava na Escola Dominical. Culto pela manhã, tarde e noite. Eu tinha me tornado um ativista religioso. Isso durou cerca de 1 ano. Sentia cansaço físico e emocional. Abrir mão de diversão e lazer aos Domingos para me dedicar integralmente. A história não podia acabar bem. Me desentendi com a liderança. Fui chamado para uma reunião, e o líder, com o dedo em riste, disse que não precisava mais de mim. Eu nunca imaginei que um dia isso iria acontecer comigo. Fiquei em choque e decepcionado. Chorei. Abandonei as três congregações.

Eu precisava voltar a congregar, pois sabia que me isolando não me ajudaria. Escolhi então me reunir com um grupo de cristãos, também exclusivistas, num local onde cabia cerca de 250 membros. Contei minha história e me sentir melhor acolhido. Mas eu estava magoado e por 1 ano fiquei apenas como expectador. Não queria me envolver. Até que após esse período, me apresentaram como novo membro, e novamente em poucas semanas acumulei várias funções, bem mais que as três congregações juntas anteriores !

Cheguei a pregar nas quartas e também aos Domingos (pela manhã e a noite, no mesmo dia !), ministrei Oferta e Ceia, dirigir reunião dos homens, ensinei na Escola Dominical, fiz escala para serviços na Igreja, viajei para uma cidade do interior juntamente como um evangelista dos Estados Unidos que veio com este propósito de ajudar a Igreja. Quando estava em passeio em Florianópólis, fui convidado a visitar alguns moradores que recebia nosso folhetos e estudos evangelisticos. E o drama se repetiu.

Em um Domingo de 2006, na mesma noite, após uma pregação minha em cima do texto do segundo capítulo de Marcos, um membro da liderança questionou meu ensino (entre outras coisas falei da possibilidade de ter caído pó do telhado ao descer o paralítico), e disse que os membros não gostaram do que falei na pregação, pois o que eu disse não estava na Bíblia. Não se podia pensar diferente.

Eu sou apenas um exemplo, entre milhares de outras pessoas, que se envolveram completamente com a Igreja (o i maiúsculo é proposital - me refiro a instituição e não à todos os membros) sem avaliar as consequências. Desejei agradar ao Senhor com toda a minha força e acabei passando do limite. Confiei quase cegamente na liderança e terminei me decepcionando. Me sentir um exército de um homem só. Enfrentar as forças opostas tem um custo pessoal e emocional grande. Para evitar mais choques e conflitos, deixei a congregação.

Desde 2007 sou um "sem-Igreja". Nunca deixei de ir em outras congregações e denominações, mas sem aquela "obrigação" de todo domingo. Fragilizado, acabei criando um bloqueio. Hoje exerço a vida cristã de maneira mais equilibrada. Minha visão de "não deixar de congregar" mudou. Não quero que o ativismo religioso tome conte da minha agenda. Nunca deixei de ser cristão, mas não me imagino passar por tudo aquilo de novo. Fiquei 3 anos vivendo de acordo com fórmulas e ritos. Seu eu ficasse mais tempo, isso me levaria a consequências devastadoras. Talvez você também, há de admitir que, em determinados períodos de sua caminhada espiritual, principalmente logo após a conversão, cometeu exageros em nome da fé.

Muitos que se decepcionam com a Igreja, abandonam não somente o grupo religioso, mas também a Cristo. Mas eu busquei novos caminhos. Sem perder a fé, estou no momento de reconstrução. Foi muito difícil romper com tudo, mas percebi o quanto é mais simples ser cristão sem ser religioso e viver sem querer provar nada para ninguém.

Os primeiros anos na fé são delicados, pois é preciso adaptar-se a um modelo de vida totalmente novo. O conselho que eu precisava ouvir quando me convertir e que lhe dou, é que não aceite algum cargo se perceber que o intuito é manter você mais envolvido com o grupo. Participar de atividades não vai gerar um você maturidade cristã. Ao contrário, vai levar você, como aconteceu comigo, ao cansaço e decepção.

Os líderes dever sem sábios para intervir nos excessos. Devem ser capazes de acompanhar aqueles que estão chegando. É preciso ensinar aos novos convertidos o quanto é importante o equilíbrio do tempo gasto nas atividades na igreja e as reponsabilidades para com a família, trabalho, estudo e lazer. É preciso dar a cada área da vida a atenção necessária. Não é sadio passar mais tempo no prédio da igreja do quem em casa.

Manter uma capa de religiosidade, e passar uma imagem que está imune a problemas que eu passei, é um erro. Muitos falam que não ficam estressados. Não é bem assim. Uns resistem melhor do que os outros a enfrentamentos com os irmãos, mas as discussões são um indicativo que que algo não está bem.

Você precisa parar e repensar sua caminhada com Cristo. A prática da oração, leitura bíblica, e um ambiente amigável sem cobranças, são os alicerces para o amadurecimento, crescimento na fé, e uma jornada de liberdade com Cristo, sem tantos compromissos com a igreja local. A diminição do tempo na Igreja não se traduz em empobrecimento espiritual. Você pode sim, oferecer pouco tempo à igreja e, viver com intensidade a espiritualidade cristã.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Não se pode falar mais nada !


Recentemente assistir o documentário O riso dos outros e tenho lido sobre preconceitos e o politicamente incorreto. Atualmente, é no humor ( e nas piadas de stand-up) que a batalha entre o que pode e o que não pode falar, tem acontecido com mais frequência. O humor deve ter limites ? Devemos ser quem somos ? Hoje, grupos minoritários são acusados de exagerar em sua luta pelo fim do preconceito. Mas será que essas lutas realmente se tornaram desnecessárias ? Será que o "politicamente correto" é censura ?

Não se pode confundir o politicamente incorreto com preconceito e nem o "politicamente correto" com grosseria, racismo ou vontade de chamar atenção. É preciso reconhecer que há poder nas nossas palavras. Não se trata só de nos policiar para evitar processos. É preciso ter sabedoria para pensar antes de falar e ver se, afinal, não estamos ajudando a reforçar preconceitos.

O "politicamente correto" surgiu como uma reação contras as discriminações sofridas por minorias, durante o movimento pelos direitos civis nos anos 1950, nos Estados Unidos. Na época, a luta era contra a segregação racial que as leis impunham, que chegavam a separar, fisicamente, negros e brancos. Depois de conquistado o direito à igualdade, começaram a combater a discriminação social em expressões e piadas. Uma das bases para reinvindicar essa mudança de atitude é o argumento de que o uso da língua não é neutro, e algumas palavras expressam opiniões e têm conteúdo político. Assim, a linguagem também é um instrumento de discriminação e segregação e, por isso, não se devem usar expressões que reforcem preconceitos contra deficientes físicos, profissões, movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), entre outros.

O "politicamente correto" se tornou uma patrulha ideológica de comportamento e uma perseguição à pensamentos diferentes. O problema que vejo nisso, é a postura em relação à liberdade de expressão. Ninguém deve impor seu ideal de felicidade.

Mas devemos revisar comportamentos e palavras que antes passavam batidos porque não havia quem nos questionasse. Com essa mudança de perspectiva, eu tomo mais cuidado para não perpetuar preconceitos e discriminações.