O melhor lugar do mundo é aquele que você sente que pertence a ele.
Há pessoas felizes e
realizadas em todos os lugares, que, aliás, são os mesmos locais em que
há também pessoas insatisfeitas e amarguradas. Ou seja, antes de
procurar o melhor lugar do mundo para viver, você deve encontrar-se a si
mesmo, caso contrário, você sempre estará no lugar errado. Encontrar o
melhor lugar para viver, ganhar a vida, criar filhos, etc, tem que ter a
ver com essa missão. Isto significa pertencer a um lugar.
Em francês, terra é terre
e terreno é territoire. Mas os franceses têm mais uma palavra
relacionada: o terroir. Um território onde a geografia, a geologia e o
clima interagem favoravelmente com a genética de determinada variedade
de planta, dando como resultado um produto de qualidade excepcional. Um
terroir é sempre um terreno, mas um terreno nem sempre é um terroir.
O homem é o guardião do
terroir, e como tal, passa a fazer parte dele. Em geral são pessoas que,
além do conhecimento e da dedicação, são dotadas de tamanha paixão, que
faz com que misturem sua vida com a vida daquele local. Então um
terroir é uma terra com paixão. Sem esse ingrediente, será apenas um
terreno.
Meu terroir é a cidade de
São Paulo, o lugar onde me sinto bem. O sertanejo do nordeste resiste a
sair do local seco e inóspito, assim como o sofrido beduíno saariano e o
estressado executivo nova-iorquino. Quando alguém muda, das duas uma:
ou se encontra no lugar que encontra ou volta às origens. Sinto falta de
seu agito e energia quando eu saio da daqui. É uma cidade grande de
tudo, mas é meu lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário