terça-feira, 10 de novembro de 2015

Vamos aprender brincando ?



Se algo que você está fazendo é chato, esse algo pode ser chamado por você de importante, útil, necessário, etc, mas não podemos chamar de brincadeira. O brincar está relacionado ao prazer. Uma brincadeira deve sempre proporcionar alegria. Não pode ser trabalhoso. Nesse sentido, o lúdico tem caráter de liberdade e não da produtividade.

A brincadeira e os jogos, além de serem agradáveis, devem ser um incentivo ao desenvolvimento de novas habilidades e à busca de novos conhecimentos. Um bom jogo não é aquele em que você deve dominar e fazer tudo corretamente, o importante é que se possa jogar de maneira lógica e desafiadora, e que o jogo proporcione um contexto estimulador para nossas atividades mentais e amplie nossa capacidade.

Através da brincadeira, criamos um espaço de aprendizagem em que podemos nos expressar, de modo simbólico, nossas fantasias, desejos, medos, sentimentos, habilidades, etc. Daí a importância de jogos e brincadeiras no processo de aprendizagem.

Nos jogos e brincadeiras, começamos a estabelecer e entender as regras e respeito. Aprendemos a esperar a nossa vez e também a ganhar e perder. E com isso, aprendemos a autoavaliação.

Desse modo, nos jogos e brincadeiras, devemos elaborar e resolver conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolver a capacidade de entender pontos de vista diferentes do nosso, de fazer-se entender e de coordenar o nosso ponto de vista com o do outro. Uma ótima forma de aprender a se relacionar em grupo, contribuindo para desenvolver a solidariedade e a cooperação.

Por meio dos jogos e brincadeiras, pode se criar uma série de situações que envolvam equilíbrio e outros desafios corporais com uso de objetos, de obstáculos e alvos. Combinados entre si, os jogos podem garantir situações significativas de aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento cognitivo e social. 

A aceitação e a utilização de jogos e brincadeiras como uma estratégia no processo de ensinar e do aprender têm ganhado força entre os educadores e pesquisadores. Por isso, o professor ou a professora, considera as brincadeiras uma forma de trabalho pedagógico que estimula o raciocínio e favorece a vivência de conteúdos e a relação com situações do cotidiano.

Essa estratégia de ensino e de aprendizagem em sala de aula deve favorecer aos estudantes, proporcionando a vivência de situações reais ou imaginárias, propondo aos estudantes desafios, levando-os a raciocinar, trocar ideias e tomar decisões. 

Além disso, enquanto o professor ou a professora estimula o desenvolvimento intelectual dos alunos e alunas, também ensina, sem que elas percebam, os hábitos mais necessários ao seu crescimento, como persistência, perseverança, raciocínio, companheirismo, entre outros.

E agora que você aprendeu o valor das brincadeiras, vamos ensinar brincando ?

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Não rejeite ninguém. Ninguém mesmo !


Como você reagiria se soubesse que cerca 400 milhões de crianças no mundo são chamadas de "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” ? Você ficaria chateado, triste ou tentaria saber a razão disso ?

Pois é. Isso ocorre porque essas crianças tem um transtorno neurobiológico, de causas genéticas. que se chama Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida com sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção).

O que essas crianças fazem ? 

Essas crianças tem muitas dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores, pois não param quietas por muito tempo. Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano: são muito esquecidos, inquietos, e "colocam os carros na frente dos bois".

E por que ? 

Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios).

E o que causou pra essas crianças serem assim ? 

Antes quero lhe dizer que aspartame, deficiência hormonal (principalmente da tireoide), e deficiências vitamínicas na dieta não causam TDAH. Todas estas possíveis causas foram investigadas cientificamente e foram desacreditadas. E antes que eu esqueça, problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo.

E agora vamos a causa e vou ser bem direto: predisposição genética. Vale aqui lembrar que eu não disse determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. Envolve vários genes, e não um único gene.

Outra possível causa são as substâncias ingeridas na gravidez: como a nicotina e o álcool. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção.

Outra possível causas é o que chmamos de sofrimento fetal: mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. Ou seja, a carga genética que a própria mãe tem (e que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.

Exposição a chumbo:Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela história clínica.

Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Mas outros estudos recentes têm refutado esta ideia. As dificuldades familiares podem ser mais conseqüência do que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais).

Depois de tudo isso agora vc percebe que alguns genes podem estar agindo em alguns pacientes de um modo diferente que em outros; eles interagem entre si, mas não podemos também esquecer das influências ambientais como fatores da cauda do TDAH.

E eu com isso ? 

Voltando ao texto inicial da nossa conversa, como vc deve reagir ? Ou melhor dizendo, como você deve lidar com crianças e adultos com TDAH ?

Reforçe o que há de melhor na pessoa  com TDAH.

Não faça comparações. Não esperar ‘’perfeição’’.

Não cobre resultados, cobre empenho.

Elogie! O estímulo nunca é demais.

Manter limites claros e consistentes, relembrando-os frequentemente.

Use português claro e direto, de preferência falando de frente e olhando nos olhos.

Escolher cuidadosamente a escola e a professora para que a criança possa obter sucesso no processo de ensino-aprendizagem.

Manter em casa um sistema de código ou sinal que seja entendido por todos os membros da família.

O quarto não pode ser um local repleto de estímulos diferentes: um monte de brinquedo, pôsteres, etc.

Usar um sistema de reforço imediato para todo o bom comportamento da criança.

Nenhuma atividade que requeira concentração (estudo, deveres de casa) pode ser muito prolongada.

Intercale coisas agradáveis com tarefas que demandam atenção prolongada (potencialmente desagradáveis, portanto).

Use mural para afixar lembretes, listas de coisas a fazer, calendário de provas. Também coloque algumas regras que foram combinadas e promessas de prêmio quando for o caso.

Procure o máximo de informações possível sobre o TDAH: leia livros, faça cursos, etc.

Lembre-se que o ser humano com TDAH está sempre tentando corresponder às expectativas, mas às vezes não consegue.

Incentivar as brincadeiras com jogos e regras, pois além de ajudar a desenvolver a atenção, permitem que a criança organize-se por meio de regras e limites e, aprenda a participar, ganhando, perdendo ou mesmo empatando.

Texto adaptado do site  http://www.tdah.org.br - Associação Brasileira do Déficit de Atenção

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Professor: será que é isso mesmo o que eu quero ?

Hoje na sala de aula, Marcelo Teixeira, me disse: escrevi um texto pra colocar no seu blog. Uau! fiquei surpreso e alegre ao mesmo tempo. Surpreso porque há meses que eu tinha pedido algum texto deste meu amigo e brilhante escritor, autor do blog Mais Cultura Brasileira ! (maisculturabrasileira.blogspot.com.br). E feliz, porque teria, enfim, o privilégio, de ter um texto no meu blog, de um cara com uma inteligência e um esforço digno de mestres.

Eis o texto na sua íntegra:

"Professor: será que é isso mesmo o que eu quero ?

Com  tantos  dilemas  e  desafios  educacionais,  conflitos igualitários,  desafios  diários  e  a  luta permanente  pela educação brasileira, há uma pergunta pertinente que precisa urgentemente  de  uma resposta  cabível  de  pensamentos estratégicos: será que é isso mesmo o que eu quero para o meu futuro?

Ser professor numa metrópole como São Paulo ou  Rio  de  Janeiro  ou  nos  cafundós  escondidos  do  sertão nordestino, cada qual com sua cultura e seus trejeitos, suas ramificações  e  seus paradigmas, ser educador numa seara com grandes dificuldades  facultativas  torna-se,  ao  mesmo tempo, sedutor e desafiador, estimulador e característico de ressalvas problemáticas, em que o sistema nos impõe limites, mas a prática nos prega pragas.

Para tanto, ser professor requer muito mais que ser educador: é ser plausível de uma luta constante pela identidade de um  aluno,  pela perseverança de uma criança indefesa, pela sensibilidade de um adulto sagaz, pelo crescimento de ideias e pelo caráter de um ser humano. Requer, acima de tudo, muita dedicação, muita afetividade, muita garra, perseverança e muita capacidade em poder manter uma classe numerosa em silêncio, impondo seus conhecimentos  e  seu  respeito.

Ser  professor  é  saber procurar distinguir o certo do errado, o sujeito obscuro do objeto  perverso,  o adjetivo  vulnerável  do  substantivo incompleto,  do  verbo  imperativo  para  o  verbo  conjugado numa preposição indigesta entre o saber e a epistemologia.

Em minhas viagens pelo Nordeste brasileiro, pude conhecer alunos  que  moravam longe  de  suas escolas,  mas  que  não perdiam  a  chance  de  irem  à  escola  ao  menos  para aprenderem  o alfabeto.  Conheci  professores  que  faziam questão de ensinar e conheci professores que faziam de tudo para que seus alunos não perdessem aulas.

Ser professor é ter a capacidade de poder ensinar ao próximo aquilo  que sabe, que adquiriu, que absorveu. E é a realização plena deu ma sabedoria sem fim. Mas será que é possível, nos dias de hoje, com a tecnologia avançada, com alunos rebeldes, com diretoria  atrasada,  com leis  não  cumpridas, com sistemas burocráticos,  ser  professor?

Ainda  não  tenho  a  resposta concreta e precisa, mas sei que podemos lutar pela educação brasileira e retirar de suas mazelas a sabedoria de um futuro melhor, com alunos mais determinados ao conhecimento e a sensatez de uma categoria digna de um respeito profundo."

E no cabeçalho do e-mail que recebi do texto que ele me enviou, estava escrito: Espero que goste ! Ahhh...meu amigo, como não gostar ? Você me deu um texto bem escrito, coerente, e muito objetivo. Você se expôs de forma sincera suas dúvidas e reflexões, não apenas sobre o papel do professor, mas o desafio de ser educador. E isso de uma forma apaixonada.

Espero, de coração, que você continue tendo foco no que faz;
Que você termine seu curso com maestria;
Que você continue sendo este líder de classe, não apenas com ótima oratória, mas com exemplos de comportamento que todos nós nos espelhamos.

Enfim, Marcelo Teixeira, lhe desejo esperança, não do verbo "esperar", que é uma simples espera. Quero que tenha esperança do verbo "esperançar": não desistir, ir atrás dos seus objetivos e confiar cada vez mais em si mesmo. Você pode! Você consegue !


domingo, 27 de setembro de 2015

Aprenda com a Psicologia


As teorias de ensino e aprendizagem se apoiam em diferentes visões e interpretações do ser humano e o seu mundo. Uns defendem o aspecto da motivação na aprendizagem, outros realçam o conteúdo do ensino, e outros, a didática. E foi assim que as investigações sobre a aprendizagem e ensino deram origem a várias linhas pedagógicas. Nunca esquecendo que o principal sujeito desse processo todo é o próprio aluno.

Já que a educação é um fenômeno complexo, é fundamental que consideremos a globalidade e a diversidade das práticas pedagógicas de ensino. A função do professor é ensinar e a do aluno é aprender. Não é adequado o professor dizer que ensinou para os alunos, se os alunos não aprenderam. Só há ensino se há aprendizagem. E a aprendizagem demanda o ensino. Aí entra a Psicologia no processo ensino-aprendizagem, contribuindo como uma ponte, para que este processo tenha êxito.Pensando e repensando as práticas pedagógicas para que se façam de um modo mais ético e eficaz.

A psicologia estuda o que motiva o comportamento humano. Ou seja, suas emoções, percepções de mundo, aprendizagem e inteligência. "A contribuição da psicologia do desenvolvimento para áreas de educação e capacitação tem sido significativa e, de maneira menos óbvia, influenciou também os pensamentos sobre a relação entre o desenvolvimento infantil e as atitudes em relação à raça e ao gênero" (Vários autores, O livro da Psicologia. Trad. Clara M. Hermeto e Ana Luisa Martins. São Paulo: Globo, 2012. pp. 12-13).

Ao transmitir o conhecimento para os alunos, o professor desempenha também a função de formador da personalidade de seus alunos, gerando o desenvolvimento intelectual, afetivo e social. Portanto, a Psicologia ajudará o professor a desenvolver conhecimento e habilidades.

Dessa forma, a Psicologia contribui para que o professor desenvolva a capacidade de investigar a próprio ensino para construir e transformar a si mesmo e seus alunos, num processo contínuo de construção de ensino-aprendizagem e  professor-aluno. Além dos pais, direção e demais pessoas que interagem nesse ambiente, propiciando uma reflexão conjunta que possibilite o levantamento de estratégias que venham a sanar as dificuldades enfrentadas.

É dever do professor o aperfeiçoamento intelectual e a renovação da sua didática para cada situação: além dele mesmo que ensina, de quem aprende e do conteúdo do que se ensina.

Saber fazer é fundamental para o ser humano. Portanto, devemos criar meios e metodologias para tornar a aprendizagem e o ensino com eficiência.

domingo, 13 de setembro de 2015

Todos temos alguma deficiência !

Você conhece alguém que não enxerga? O que ela é ?
Como você descreve uma pessoa que não escuta ?


Pense antes de falar, pois se você usar terminologias erradas, como "inválido", "excepcional", "aleijado", "defeituoso", "incapacitado" propagará preconceitos, criando segregação e a exclusão da pessoa com deficiência.

Ninguém carrega, leva ou porta sua deficiência. A pessoa tem uma deficiência. Não dizemos e nem escrevemos que uma pessoa é portadora de olhos castanhos ou de pele clara. Então, porque muitos continuam a dizer que fulana é "portadora de necessidades especiais" ? Quando se rotula alguém como "portador de deficiência", a deficiência da pessoa passa a ser "a marca registrada".

Valorize o ser humano, e não a sua deficiência.

Felizmente muitos já entenderam. A Associação de Assistência à Criança Deficiente - AACD, que anteriormente se chamava Associação de Assistência à Criança Defeituosa. Quer outro exemplo? Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE, que mudou de nome para Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Muitas professoras de Educação Inclusiva e Instituições, inclusive as próprias pessoas com alguma deficiência física, usam termos não adequados como:
"portadoras de deficiência" (alguma pessoa pode deixar sua deficiência em casa e partir sem ela ?)
"especiais" (ué, você não é também especial ?)

Esses são termos que não se deve usar. A terminologia correta é pessoa com deficiência. Simples assim. Não tente inventar.

E, quer saber a real ? Todos nós temos alguma deficiência em algo, concorda ?

Todos temos limitações. Pois é. Eu também tenho.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Você usaria uma camisa rosa ?


Há muito preconceitos e discriminações no mundo inteiro. 

Aqui no Brasil é comum ouvirmos que todos os evangélicos são fanáticos, que todos que usam óculos são muito inteligentes, entre outros estereótipos.
O mais comum é se ouvir que homem que usa camisa rosa é gay.

Para muitos a cor rosa é feminina e que esta cor nos faz pensar em delicadeza. E você não quer que seu filho vire gay, quer ? Se é uma menina, não esqueça de pintar o quarto de rosa e comprar cortinas cor-de-rosa. Brincadeira rsrsrs.

Mas você sabia  que até o começo da Primeira Guerra Mundial, as pessoas não se importavam com a cor do sexo seus filhos ?  A cor da fralda do bebê era a última coisa que se pensava naquela época.
Um editorial de 1918 de uma revista declarou que rosa era “uma cor mais decidida e forte…Mais adequada para o garoto; enquanto azul, que é mais delicado e gracioso, é mais bonito para a menina”. Na época fazia 
sentido: rosa é a cor do sangue de seus inimigos espalhado em um uniforme branco.

Mas as coisas começaram a mudar em 1927, e houve uma discordância sobre qual gênero deveria ter qual cor: a revista Time até publicou uma tabela mostrando quais lojas estavam defendendo cada opção. 

Somente nos anos 40 as cores foram trocadas e os publicitários decidiram deixar a cor rosa para as meninas.

E até hoje muitos homens tem resistência a certos tipos de cores, pois para eles é uma ofensa a nossa virilidade.

E aí ? Tem coragem de usar uma camisa rosa ?

domingo, 3 de maio de 2015

Eu era um provocador covarde !




Na minha época de escola não se falava em bullying. Mas existia. E muito.

E sabe o que é pior ? Eu era o causador de bullying não só da minha sala, mas de quase todo a escola.

Estudei minha infância na Escola Nossa Senhora de Fátima, um colégio particular, dirigido por padre. Mas isso não me impedia de bagunçar na sala, brigar e tirar a paciência de qualquer um !

Hoje me preparando para escrever este texto, tentei puxar na lembrança o real motivo porque eu fazia isso. Eu como filho único, talvez, quisesse ser popular e não ser tão sozinho. Isso não justifica o que eu fazia, mas explica.

Eu me sentia satisfeito oprimindo meu coleguinha obeso, ou calado, ou o que usava óculos. Escrevo isso com remorso e culpa.

Alguns coleguinhas da sala procuraram ajuda, e eu repetidas vezes fui até a diretoria junto com meus pais. Mas as provocações cessavam apenas por um tempo.

Escrevendo isso você talvez pense que eu não tinha amigos e nem era solidário. Tinha sim, e muitos amigos. Eu era o titular do time do futebol na escola. Nunca fui reprovado e no terceiro semestre minhas notas já me indicavam que no quarto semestre eu podia faltar muito e bagunçar mais ainda !

Fazendo uma análise crua e imparcial das minhas atitudes, posso dizer que eu era um aproveitador covarde. Digo isso porque eu sabia que eles não iam se defender e ficavam com medo e inseguros. Isso me leva a outro raciocínio: será que se eles fossem ensinados a se imporem e se defenderem dos meus ataques, eu continuaria ? a resposta é óbvia: não.

Mas isso fica para um próximo assunto. Abraços